quero dizer, eu nunca fui do tipo de mulher que se importava se um dia seria ou não noiva de alguém (mais um desencaixe da vida adulta – eu vi amigas que passaram anos escolhendo coisas para um casamento imaginário; e amigas que imploravam pros namorados o quanto queriam ser pedidas em casamento – confesso que eu achava uó, me dava arrepios!)
isso não significa que eu não sonhava com um cara legal. lembro bem que minha maior preocupação era ter o relacionamento com alguém que me colocasse como prioridade, me respeitasse e que fosse um bom exemplo a ser seguido. eu sempre quis alguém que quisesse crescer comigo e fizesse de mim alguém ainda melhor. um companheiro de verdade, que me tirasse da zona de conforto e que se divertisse ao meu lado na linda e desafiadora arte de viver.
mas quando me perguntavam sobre casamento eu defendia o discurso de que fazer festa era caro demais e que a responsabilidade de preparar uma celebração daria muito trabalho, o qual eu não estava nenhum pouco disposta, afinal, eu via valor na minha independência financeira e não numa festa (que convenhamos, alguém certamente iria reclamar).
“nossa dai, o que mudou então?”
élison (senhor meu marido) se imaginava casando e aos poucos foi me convencendo. e quando a gente se relaciona com alguém, os sonhos da pessoa que a gente ama imediatamente se tornam nossos sonhos. iniciei o processo cedendo e terminei defendendo a ideia de que todas as mulheres precisam sentir o que eu senti naquele dia.
comecei a mudar de opinião sobre o assunto quando meu algoritmo foi me mostrando uma união mais linda que a outra; quando eu escolhia com muita cautela cada fornecedor; quando eu experimentei um vestido de noiva qualquer pela primeira vez; quando eu me imaginava caminhando pelo restaurante que anos atrás eu conheci o homem da minha vida… (casamos exatamente no lugar que nos conhecemos)
e como uma dessas artimanhas que a vida nos prega, a celebração do meu casamento foi o momento mais importante da minha existência. foi intimista, cheia de emoção e repleta de flores. acho que existe algo de mágico mesmo, de beleza e de entrega genuína. famílias distintas que decidem virar uma só.
uma das coisas mais legais foi conseguir reunir tantas pessoas diferentes, uma aleatoriedade tão absurda e tão incrível ao mesmo tempo. e todos estavam lá, por nós, celebrando o amor e nos abençoando com tanto carinho e admiração. nunca vou esquecer o que cada convidado significou pra mim naquele momento.
sabe, eu cresci achando que fazer festa de casamento era frescura e que nós mulheres, casando, estaríamos afirmando pro mundo: “eu tenho um dono.” essa ideia de um homem entregar a filha pra um outro homem me deixava meia atordoada. mas a verdade mesmo é que casamento não é sobre pertencer a alguém, e sim sobre escolher, todos os dias, caminhar lado a lado com alguém que te apoia, respeita e valoriza.
o ato de casar não significa perder a própria identidade, mas sim unir duas histórias para criar algo maior, algo extraordinário. a cerimônia, a festa, o compromisso são apenas reflexos de um amor que amadurece, cresce e se fortalece na parceria. hoje defendo que quando duas pessoas se unem por escolha, por amor, o casamento se torna um espaço de pertencimento, cumplicidade e conquistas mútuas. é sobre compartilhar sonhos, dividir desafios e construir uma vida que seja feliz e próspera para ambos.
e isso, definitivamente, vale a pena celebrar, pois seu valor é imensurável.